22 maio 2012

Danças Árabes e a prática em Baladi

No novo formato do Curso Técnico em Dança, todos os alunos, seja qual a modalidade escolhida na especialização, terão aulas práticas em todos os tipos de dança.

Esse primeiro trimestre foi o das Danças Árabes, ministrado pela Professora e Bailarina Dana El Fareda.

A turma foi dividida em grupos que deveriam apresentar trabalho sobre determinado estilo de dança: khaleege,  saidi, dança núbia e baladi (tema de meu grupo).

Juntamente com as alunas Ana Lucia, Letícia e Mayara, fizezemos pesquisas em diversos blogs, redes sociais, sites e vídeos no youtube a respeito do assunto (fontes ao final).


Abaixo, segue a compilação do estudo:



O Povo Baladi

A palavra Baladi significa "meu país", "meu povo", "caipira", "interior".

Baladi é o povo que migrou do interior do Egito, de áreas rurais para as cidades grandes, especialmente o Cairo, a fim de conquistar melhores condições de vida. Porém, mantiveram toda a tradição e os costumes da vida simples do interior, adaptando-os à vida urbana.


É um povo orgulhoso de suas raízes e sempre dizem que voltarão para “el-balad”, que é a sua aldeia, sua casa de origem.

Embora não seja um povo afortunado, seus maiores valores são a honra, a reputação, o respeito e a família e é por esse jeito simples de se viver, que são considerados pelas pessoas sofisticadas, como bregas e deselegantes.

No Egito, o povo Baladi está por todos os lados. Sua música, sua dança, seus costumes e sua comida influencia o país inteiro.

Fazendo um paralelo, também é assim como no Brasil, com o povo caipira que migrou do interior para as cidades grandes como São Paulo, em busca de emprego e qualidade de vida, porém, mantêm-se fiéis aos costumes de suas terras, alimentando-se de comidas típicas da fazenda (ex: galinhada) e ouvindo músicas, como o sertanejo. Mesmo os nascidos na cidade grande acabam, muitas vezes, por viver essas influências no seu dia-a-dia.

A Comida

Os egípcios são considerados generosos anfitriões e gostam da fartura. Sua alimentação atualmente caracteriza-se pela utilização de cereais diversos (trigo, lentilhas, favas, grão de bico, semolina e principalmente o gergilim, utilizado no popular "tahine"), carnes (carneiro, cabra, vaca e peixes), temperos diversos, pouco conhecidos no Ocidente (como a "snubar", semente extraída do cedro do Líbano; nós moscada, cominho, páprica), e frutas em abundância (tâmaras, romãs, damascos, figos e uvas). É rica em arroz, açúcar, tamareiras (árvore egípcia por excelência), favas (muito utilizadas num prato chamado "full"), alhos, cebolas e algodão (de excelente qualidade, como os encontrados nas tumbas faraônicas). A comida egípcia é marcante e um tanto quanto condimentada. Entretanto, a grande maioria dos hotéis substitui este prato tradicionalmente leve, por um sistema de café continental, que inclui chá, torradas, bolos, manteiga, geléias e queijo fetta.

Dois alimentos são básicos nos hábitos dos comensais egípcios, as aish, pedaços de pão consumido muitas vezes e cuja massa se prepara com distintas farinhas (a que mais fama têm é a "aish baladi", preparada com farinha mais grossa e escura) e as fuul, feijão gordos de cor marrom que se enfeitam com limão (as chamadas ful, feijão branco, se cozinham a fogo lento durante horas num caldeiro de cobre). As fuul se servem como acompanhamento para todo tipo de prato: verduras, saladas, frios, e em almôndegas que recebem o nome de felafel ou bem temperadas, com yogurt, queijo, alhos e ovos.

Os egípcios comem tanto carne como peixe. As carnes podem ser de boi, cordeiro ou aves como o peru, o pato, o frango e o pombo. Os peixes, tanto de água salgada como doce, são frescos e estão bem preparados. São deliciosos os camarões gigantes com molho de alho de Alexandria denominadas Gambari.

Como pratos típicos da gastronomia egípcia destacam o Mashi, arroz com carne que se acompanha com folhas de parreira, tomates, beringelas ou pimentões verdes, os mezze, toda uma gama de entrantes frios de procedência oriental que se servem em numerosas tigelas de pequeno tamanho. Trata-se de verdadeiras delicates, entre as que se encontram o tabbouleh, salada de salsa e sêmola de trigo de sabor ácido, a kobeiba, carne, peixe e nozes, a baba ghannoush, purê de beringelas com alho, as kibbeh, almôndegas de carne de cordeiro frita e sêmola de trigo, basterma, carne defumada, sambousek, tortas de verdura, hummus bi tahina, grão-de-bico em purê com pasta de sésamo, wara annab, folhas de parreira recheadas de distintos ingredientes e o betingan, rodelas de beringela temperadas.

Outros pratos típicos são o Koshari, capas superpostas de macarrões, arroz e lentilhas com salsa de tomate, o Fattah também leva capas mas estas são de pão seco encharcado em caldo, arroz e carne enfeitado com alho e vinagre e coberto com yogurt, nozes e passas; a Moulouhiya, sopa de espinafre, o Hanan, pombos recheados de grãos de trigo verde ou arroz, o shish kebab, brocheta de carne de cordeiro e a Kufta, rolos de carne picada de cordeiro à brasa. Todos estes pratos se servem acompanhados de pilau, arroz com verduras.

Três pequenos pratos à base de gergelim que se encontram em quase todas as mesas: Tahina (creme de gergelim), Homos (purê de grãos de gergelim) e Babaghonouj (purê de beringelas e gergelim),

Entre as várias saladas, a salada Baladi é a mais comum (pepinos, tomate e cebola, com ou sem salada verde). Muito original e muito mais saborosa, a Tabule (preparada à libanesa com muita salsa e menta).
Dois pratos que quase não se encontram nos restaurantes tradicionais, mas que todos os egípcios adoram: Foul, um guisado de favas muito bem cozidas com azeite, limão e cominho. é comido sobretudo no café da manhã . Os vendedores de rua servem Foul num pequeno pão (Baladi) redondo e oco. A outra especialidade é o Kochery, uma mistura de arroz, lentilhas, espaguete e cebolas fritas, regado com um pouco de molho de tomate e algumas gotas de molho picante.

As sopas são ricas e espessas.

A mais conhecida é a Mouloukheyya. A receita de base mistura fortemente esta erva verde chamada Mouloukheyya, brete potagere bem picada e pedaços de carne, cebola, coentro, alho, alguns grãos de cardamono e eventualmente, sumo de limão.

O Traje Baladi

Originalmente, era um vestido largo, sem corte, com um simples lenço na cintura que as ghawazees (mulheres camponesas) utilizavam em suas atividades diárias. Esse vestido foi popularizado por essas mulheres em suas danças, e como sempre, acabou sofrendo diversas modificações para chegar ao que se tornou atualmente. Vale lembrar que também é muito utilizado em performances com bastão ou bengala. Apesar de ainda existirem dançarinas que optam pelo traje básico, mais solto e sem muitos adereços, a maioria prefere usar os vestidos acinturados, ricamente bordados ou com adereços mais chamativos. Todavia, seu uso continua sendo basicamente restrito a performances com bastão.


A roupa que melhor representa um baladi popular é a galabia, com lenço na cabeça e no quadril. Mas a roupa de Dança do Ventre pode ser utilizada, de preferência com a barriga tampada com um voil, já que é uma dança popular. A escolha das roupas sempre depende do contexto que você estará: show, festa da colônia, teatro, etc. Os snujs podem complementar a dança.

O Ritmo Baladi

É um dos ritmos mais executados no Egito e no Líbano, assim como o Said. Possui marcações fortes e retoma a cultura popular, as origens familiares e o significado da terra natal.

*Composição

Assim como o Said, possui compasso 4/4. Derivado do Maksoum, que tem um DUM a menos na chamada forma anotada ou cifrada. Isso por que é comum que o Maksoum também seja executado com dois DUMs. Assim, a frase fica desta forma:

DUM DUM TAKATA DUM TAKATA

*Características

Com esta marcação dupla no início da frase (DUM DUM), o ritmo precisa ser tocado de forma mais lenta, apesar de existir com outras variações, a exemplo do Masmoudi Saghir. Não confunda com o Masmoudi, que é um ritmo de oito tempos. É utilizado em músicas modernas, clássicas, em derbakes e também na dança folclórica homônima. É comum ser tocado em músicas com trechos de taksim (solos instrumentais) e cantadas.

Como é um ritmo muito forte, os acentos (DUMs) precisam ser bem marcados na dança com básicos egípcios, deslocamentos e batidas de quadril. Atenção: na sua versão folclórica e tradicional da dança baladi, não há passos influenciados pelo balé e pelo jazz, afinal retoma aspectos tradicionais da cultura. Neste caso, é sempre dançado com o pé no chão e com roupas mais simples, nunca com o conjunto saia-cinturão-top.

Na dança baladi, os instrumentos mais presentes são a nay, alaúde, kanoon e o acordeon. O acordeon é um instrumento francês e não se sabe como chegou ao Egito e se tornou seu instrumento mais importante. Ele é muito utilizado na entrada como taksim, em que a percussão entrará depois. “Pergunta e resposta” entre dois instrumentos é bem comum nessa dança.

Aqui, a sensacional Fifi Abdo, a menina Baladi, em apresentação deliciosa de Baladi:




Fontes:

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